sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
É lógico que eu odeio o Natal - por Marcelo Diniz
Natal é época de perdoar, de amar, de chorar, de ser solidário, de lembrar das pessoas amadas, do porteiro que você nunca dá bom dia, do lixeiro que você xinga porque deixa o saco de lixo rasgar em frente a sua calçada e de todas as instituições de caridade do mundo. Arrrrgh… Natal é época de golfar em jatos, isso sim!!!
Eu acho Natal um porre. E olha que nem bebo. Talvez seja por isso que eu odeie tanto aquelas festas de amigo secreto. Encaro-as sempre sóbrio. Sem Cidra Cereser na cabeça. Tem coisa pior do que ter que presentear um parente com o qual você é brigado há anos? Ou então ter que surpreender uma pessoa do almoxarifado da sua empresa, que você nunca viu em toda sua vida, com um presente com valor estipulado em R$ 20,00.
Pensando bem, tem, tem sim: a revelação de amigo secreto. Ah, essas encenações são pitorescas e grotescas demais. Nada me incomoda mais do que aquelas brincadeiras cretinas usadas (em vão, é claro!) para “despitar” as pessoas. “Ah, o meu amigo secreto é alto… magro… cabeludo…elegante” . E na verdade é o clone do Danny de Vito. Gente, que estupidez isso. Pra que? Que perda de tempo. Que humor sem graça. Sempre regado a trilha sonora de irritantes e estridentes “Uhuuuuus”. Além, é claro, daquele Cd da Simone cantando “Então é Natal”. Versão que faz o pobre Beatle George se revirar no túmulo.
Mas Natal não é só isso, não: tem os trocadilhos com o Peru. “Vai um peru aí?” diz o cunhado bêbado para a concunhada com cara de santinha. Ou “ Ah, esse Natal foi do peru.”, fala alegremente o tio fanfarrão. “Quem foi que pegou no meu peru?”, insiste o chato do filho mais novo daquela tia que você só vê em velórios, casamentos e, `as vezes, no 24 de dezembro.
Pode ser que eu odeie o Natal por nunca ter ganho, quando criança, os presentes que todos os meus amigos ganhavam. Nunca tive um Autorama, um carrinho de controle remoto, uma Mobilete. Nada. O bom velinho me dava apenas os presentes que cabiam no orçamento do meu pai. Que coincidência, né? Isso sem contar que faço aniversário 10 dias antes do Natal. Há, quantas vezes não ganhei um só presente para as duas datas e tive que me conformar. Pior mesmo, só se tivesse nascido dia 25 e meus pais tivessem me batizado de Natalino!
Um feliz Natal a todos.
Se é que isso é possível!
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
O meu natal predileto - por Paloma Z.
É praticamente véspera de Natal e eu, que sou eu, e que adoro natal, já briguei com a minha amiga e colaboradora do tudo dito – me perdoa, é também o meu inferno astral. Ela sôfrega, me pergunta descaradamente “E o texto???” E eu, no meio de meus pensamentos terríveis de noite mal dormida resmunguei “Não vai dá, não dá! To mais atolada que vaca! Deixa pra depois, quem sabe, do natal!” E fez-se o silêncio no meu msn.Foi então que pensei, que refleti e que desejei o perdão porque de fato, não podemos brigar com o espírito natalino. Não podemos desejar o mal, não podemos em um mês de tantas coisas boas – promoções, descontos, ceias de natal, peru aos montes - renegar essa felicidade que atravessa cada cidadão do Brasil e do Mundo.
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Então como rendição e prova do meu mais profundo amor e admiração a esta época tão incrível, eis aqui que escrevo, de uma enxurrada só, o meu prometido texto sobre o natal e seus ademais agregados.
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Primeiro natal pra mim significa muitas coisas, além de todos os presentes e cheques polpudos dos vovôs, representa também alguns dias a mais para o meu aniversário que é – pasmem – dia 29 de dezembro, e logo depois de lambuja, como se tudo ainda já não estivesse mais que perfeito, vem o reveión : mais bebida, mais festa, mais arromba.
Eu sei e até entendo que existem pessoas – como a minha queria amiga L**, que não gosta de natal, eu sei por que, é uma época na qual você é quase obrigado a ser feliz, a ter que rever todos os seus primos e tias que moram em piracicaba. A ter que gastar o seu mísero salário de estagiário – no meu caso, não no caso da estimadíssima L** - pra comprar presentes a quem recebe dez mais do que eu e que, provavelmente vai me dar um vale da fnac de cinqüenta reais.
Tudo bem, natal é natal. E eu amo muito.
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Segundo, sou completamente arrebata pela sensação natalina, meus olhos lacrimejam ao ver a árvore, exuberante e cheia de regalos brilhando no roll de entrada. Olho com prazer cada bola colorida que, dias antes, minha avó e sua destreza colocou em cada galinho da árvore. Meu corpo treme ao ver a ceia, aquele peru dourado, cheio de ameixas e outras cossitas más que não como, fumegando na mesa ao lado do purê de maçã, da farofa de bacon e claro, do lado da parte mais cobiçada da festa por adolescente e adultos : o baldo de champanhe.
Sinto que nesta noite serei preenchido com os mais doces sabores da vida. Brinco com os cachorrinhos, faço piadas para os pequenos, compartilho meu prato com meu amado.Tudo isso porque é natal, e só porque é natal nossas almas duplicam de tamanho e nos sentimos – sem pieguices- que apesar dos pesares, dos shopping lotados ,das noites empacotando presente e dos parentes distantes e chato, no sentimos, sem ais nem menos, parte de um grande todo familiar, onde só há espaço para mais amor e mais peru.
E claro, a tortinha de sobremesa da tia Mirtes, que não podia faltar.
domingo, 18 de novembro de 2007
Natal? Passa..
Eu particularmente não adoro o natal nem essa onda da humanidade resolver ser íntegra em apenas um mês. Aliás, estou escrevendo esse texxto em novembro para não correr riscos mais sérios de ser contagiada com o calor febril que o sol de dezembro ou as luzinhas do shopping ibirapuera provocam. Mas o não gostar dessa data não é só pelo fato de vivermos num país tropical e todo mundo insistir em fazer neve com algodão, sabão, pipoca ou papel. Também não é só porque gastamos um dinheiro burro com tudo e todos. Não são esses fatos que me irritam, são o que eles têm em comum. Essa mistura de alegria e tristeza, de presentes legais e mais 6 parcelas no cartão, de corações cheios de boas intenções e as ruas cheias de bêbados que tinham o coração cheio das mesmas boas intenções, essa coisa de fingir que gostamos das meias e fingir que não estamos cansados disso tudo.
Para mim a melhor explicação para esse sentimento são os panetones. Deliciosos por fora, até chegarmos na parte da maldita uva passa e sua gangue de frutinhas cristalizadas que insistem em colocar dentro de toda aquela fofura! É uma grande frustração, e agora a gente passa os natais já esperando encontrar essas tais surpresas nem sempre tão agradáveis.
Veja bem, não é que eu odeie o natal, eu só não gosto dessas coisas que colocam dentro dele!
obs. Rabanadas não entram na discussão. Elas são deliciosas e ficam com a gente até o revellion.
Luciana Elaiuy